quinta-feira, 20 de maio de 2010

A primeira vez a gente nunca esquece!


O resgate de um movimento

Antes do ingresso à universidade, o jovem Stallone Lima Araújo - representante do Movimento Estudantil Secundarista do norte da Bahia - possui uma vida cheia de atribuições e sonhos.

Por Amanda Araújo, amanda.lima65@hotmail.com


Com um hábito atribuído aos mais velhos, Stallone Lima Araújo, de apenas 18 anos, inicia seu dia acordando cedo, logo às seis da manhã. O dia é longo, e o descanso não deve vir antes da meia noite, afinal diferente da realidade da maioria dos jovens, ele possui dois empregos, estuda e ainda coordena o movimento estudantil secundarista da região, como vice-presidente norte da Associação Baiana de Estudantes Secundaristas - ABES.

Lone, como prefere ser chamado, sai de casa às sete da manhã, e conduzido pelo transporte público da cidade de Juazeiro – BA dirige-se à secretaria municipal de educação, onde trabalha no setor de recursos humanos, das sete e meia às quinze horas. O trabalho é puxado, dividindo-se em digitações, construção de documentos e atendimento ao público. O almoço é fornecido pela própria secretaria e consumido lá mesmo. Ao término do expediente, ele retorna para casa, onde toma banho, lancha e prepara-se para ir ao outro trabalho.

Com menos de duas horas em casa, o jovem já precisa deixá-la novamente, rumo ao segundo emprego pelo qual se diz apaixonado. Trata-se do Cursinho pré-vestibular da prefeitura municipal, onde trabalha como auxiliar na coordenação, das dezoito às vinte e duas horas. “Lá tenho o contato direto com a juventude e consigo perceber seus anseios”, diz o jovem que busca representar as reais necessidades dos estudantes.

A família composta por seis pessoas mudou-se da cidade natal, Várzea do Poço - BA há três anos para a cidade de Juazeiro - BA, na busca de melhores condições de vida. Na nova cidade ele diz ter encontrado um espaço vazio, que procurou ocupar. Sentiu uma deficiência nas lideranças que representassem os interesses coletivos. Na escola não sabia a quem recorrer à cobrança do conserto do bebedouro, a presença dos professores em sala de aula, enfim, alguém que dialogasse diretamente como a diretoria representando os estudantes. Não demorou a perceber seu papel neste contexto, e logo se tornou presidente do grêmio estudantil do Colégio Democrático Estadual Professora Florentina Alves dos Santos – CODEFAS, onde teve a gestão de um ano, entre 2008 e 2009. Buscou construir sempre um bom diálogo com os estudantes e por isto apostou sempre em atividades que envolvessem toda a escola, como o festival da primavera, que caracterizou sua gestão pela produção cultural.

Há dois meses topou o desafio de se tornar vice-presidente norte da ABES, motivado pelo sonho particular de contribuir com a democratização da escola, pois considera que teoricamente ela existe, mas na prática, nem sempre o estudante tem voz. Ele acredita que para haver a real democracia na escola todas as partes devem ser ouvidas e respeitadas.

Foi pensando nesse sonho que organizou no mês de Abril o seminário “O grêmio estudantil como estratégia de democratização da escola e construção da cidadania”, que reuniu as principais lideranças estudantis das escolas municipais e estaduais de Juazeiro para discutir com gestores, professores, e a sociedade em geral, a importância da criação da democratização da escola. Considerou positiva a iniciativa pela troca de experiências entre estudantes, e pelo resgate deste movimento social que tanto contribui com a construção da história do país.

Embora encare a militância no movimento estudantil como obrigação, Stallone é um adolescente comum, que nas horas vagas gosta de estudar, navegar na internet, sair com os amigos, viajar, caminhar e jogar baralho. Avalia que precisa repassar para os estudantes a sua experiência, apoio e incentivo, cotidianamente como retribuição à consciência política que adquiriu e possibilitou a criação do seu senso crítico.

Sempre teve interesse pela política e acredita que a liderança está no sangue, já que na cidade natal, seu avô militava nos movimentos sociais, como sindicalista, além de ser o primeiro vereador de Várzea do Poço - BA.

O jovem que deseja um dia ser administrador de empresas, sempre teve boas notas e perfil de liderança. “Sempre fui o representante de sala e o melhor aluno, fechava minha média na terceira unidade, e na quarta me dedicava a ensinar meus colegas que sentiam mais dificuldade em matemática”, lembra o rapaz, que pretende ingressar também no curso pré-vestibular no segundo semestre, como aluno, para quem sabe ingressar na faculdade no ano de 2011. Entretanto antes de militar no Movimento Estudantil Universitário quer consolidar o grêmio e o Movimento Estudantil Secundarista no norte da Bahia unificado, levando sempre a perspectiva de que o estudante precisa lutar por seus direitos.

Obs.: Minha primeira reportagem - perfil, e como não podia ser diferente, com uma pessoa muito especial! Valeu pela confiança e apoio "Maninho".

Obs.1: Não consegui colocar a foto que realmente sairá na matéria, aí tive que roubar esta no orkut! hehehe

terça-feira, 11 de maio de 2010

Saudade sim, tristeza não!


Alguém que vai como pássaro

É por que é um pássaro
Vai e volta para o ninho
Como um tropeiro, um barqueiro
Um carpinteiro, um passarinho

Alguém que vai como homem
É por que é um homem
No sorrir e no sofrer
No dia a dia, na luta
Na labuta, no jeito de ser

Alguém que vai como PAI
É por que é um pai
No coração de cada filho
No jeito sereno
No carinho, no sentimento
Na certeza do dever cumprido

Saudades eternas "Maninho da luz", meu querido Vô Maninho!

Obs.: Poesia feita por Crisóstomo Lima (Zó) para homenagear meu amado vôzinho, pois como diz a música, mais que seus filho (netos, amigos), somos todos seus fãs.

Obs.1: Foto do casamento do meu primo, onde vivemos mais um dos tantos momentos de felicidades juntos. Na foto, Eu, Vô Maninho e Jú! ótima lembrança, pois como disse o padre... "Saudade sim, tristeza não!"

sábado, 8 de maio de 2010

Naquela Mesa


Naquela Mesa

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã

E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto

Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele

E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim

(Nelson Gonçalves)

Obs.: Lembrando a música que meu vô tanto gostava e que representa toda dor que sinto agora. Devo confessar, que não tenho forças pra descrever toda tristeza que estou sentindo, nunca amei alguém com tanta verdade, sinceridade, intensidade e admiração.

Obs.1: Nelson Gonçalves, estava entre os intérpretes favoritos do meu avô, mas a música "Naquela mesa", cantada por ele é de autoria de Sérgio Bittencourt.