domingo, 8 de janeiro de 2012

O recomeço

(o fim de uma relação)

“Para resumir as quatro horas de conversa seguintes, te digo que não é fácil estar numa relação e até mesmo conhecer de verdade o outro e aceitá-lo com todas as suas falhas e bagagens.

O Jack me confessou o seu medo de ser rejeitado se eu realmente o conhecesse, se ele aparecesse despido à minha frente. Jack descobriu que depois de dois anos de namoro não me conhecia, nem eu o conhecia. E, para realmente nos amarmos, tínhamos que saber as verdades de cada um. Até mesmo se não for muito fácil de aguentar. Por isso conte-lhe a verdade, que foi a de eu nunca ter lhe traído. E também lhe disse que tinha visto Mathieu naquela tarde. Ele não ficou furioso comigo porque não tinha acontecido nada, claro.

Confessei-lhe que a coisa mais difícil era a decisão de estabelecer uma relação definitiva, a ideia de que “é este mesmo, este é o homem que irei passar o resto da minha vida”. A decisão de fazer um esforço para ficar e resolver as coisas, e não de fugir logo ao primeiro problema, é muito difícil para mim. Eu lhe disse que não me contentava com um homem só para o resto da minha vida. Era mentira, mas eu disse mesmo assim. Ele me perguntou se eu me achava como um esquilo, colhendo os homens como se fossem nozes para se alimentar durante o inverno. Achei engraçado.

Aí ele disse uma coisa que feriu os meus sentimentos. O tom mudou drasticamente. Depois não interpretei direito o que ele disse, julgava que ele tinha dito que já não me amava e queria se separar. Sempre me fascinou como as pessoas passam por te amar loucamente até não sentir nada, nada. Magoa muito.

Quando eu sinto que vão me deixar, tenho a tendência de me separar primeiro antes de ouvir a história toda.

Aqui está. Mais um, menos um. Outra história de amor imprestável. Eu realmente amei este. Quando eu penso que acabou e que nunca mais o verei novamente... Bem, sim, irei encontrá-lo e conhecerei a sua nova namorada e agirei como se nunca o tivesse conhecido. E depois, com o passar dos tempos, pensaremos cada vez menos em nós, até nos esquecermos completamente (quase).

Para mim é sempre o mesmo: separo-me e sinto-me mal. Bebo e ando seguindo. Conheço um tipo e depois outro. Transo a torto e a direito para esquecer o que achava ser o ideal. E depois de alguns meses de solidão, começo a procurar o amor verdadeiro. Procuro desesperadamente em todos os lugares e, depois de dois anos de solidão, conheço um novo amor e juro que é o definitivo. Até ele ir embora.”


(o recomeço)


Obs.: Roubado do blog da camarada Vick para traduzir um pouco das minhas atuais angústias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vai passar a vez? Essa é a sua jogada.