terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quem escreve seus males espanta

Eis que um ditado popular nos pregou uma peça. “Quem canta seus males espanta”. Será mesmo?
Não sou boa cantora e nem tenho pretensões para tal, mas acredito que não há nada mais prazeroso que escrever. Cantar geralmente nos faz reproduzir palavras, crenças, realidades e verdades alheias. Nos deixa submersos na ilusão de que sabemos exatamente do que o compositor fala, mas nunca saberemos. Meras coincidências e sinônimos tornam-se leituras de mentes, pensamentos e sensações compatíveis.
Escrever é diferente, é sublime. Representa exatamente o que precisa ser dito e o que merece ser externado. Não precisa combinar com nenhuma melodia ou nota musical, precisa combinar apenas com a sua verdade. Precisa de alma, coração, envolvimento, não que isso seja fácil. Nos dias de hoje emoção e sensibilidade são coisas raras.
Na escrita não há limite de tempo, de espaço e necessidade de rima. O que precisa ser dito está posto, sem metáforas ou coisas implícitas. Cabe ao leitor decifrar do que o autor trata. Essa é uma aventura interessante, que faz os fracos como eu largarem a interpretação e partirem para a própria criação, para a própria exposição de sentimentos, para a avaliação coletiva e para o afastamento dos seus medos e males.

Um comentário:

Vai passar a vez? Essa é a sua jogada.