Comunicação pra quê?
Este é o nome do seminário iniciado na tarde de ontem (18), no
Auditório Antônio Carlos Magalhães, da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB), em Juazeiro. Além de batizar o evento, o
questionamento norteou as discussões acerca da comunicação no
Sertão do São Francisco. A data do evento marcou o dia
internacional da luta pela democratização da comunicação, em que
debates semelhantes aconteceram em diversos locais do mundo.
Além da democratização
da comunicação, temas como comunicação comunitária e popular,
direitos humanos, conselhos de comunicação, tecnologia e
participação social foram relacionadas ao debate. Para a
coordenadora do evento, a professora Gislene Moreira, a participação
do indivíduo na produção da comunicação é fundamental para seu
desenvolvimento. “A gente faz comunicação para o desenvolvimento
das nossas vidas”, avaliou.
Na
conferência de abertura, a Diretora do DCH III, Aurilene Rodrigues
enfatizou a importância do espaço de debate e o comprometimento da
organização para a realização do evento. A jornalista do Fórum
de Comunicação do Sertão do São Francisco Érica Daiane iniciou
as discussões fazendo um resgate histórico da evolução da
comunicação no Vale do São Francisco, ressaltando a importância
de pessoas como Dom José Rodrigues neste processo.
A
professora da Universidade Metodista de São Paulo Cicília Peruzzo
trouxe à discussão a definição ideal da comunicação atual. “É
importante a gente conceber a comunicação como um processo mais
amplo de organização social. Então, nesse modelo participativo, a
luta pelo direito à comunicação se torna mais explicita”,
pontuou Cicília.
Já
o radialista da região sisaleira da Bahia Edisvânio Nascimento
discutiu o papel fiscalizador da comunicação. “A rádio
comunitária deve trabalhar junto ao Ministério Público, que é um
dos instrumentos que podem fazer com que estes segmentos possam
receber denúncias e investigar. A comunidade por si só não pode
fazer um processo de justiça, mas ela pode caminhar junto com a
justiça”, salientou.
Também esteve presente
no debate, a jornalista e representante do Intervozes, Cecília
Bezerra, que fez um panorama da comunicação atual a partir de
espaços como a primeira Conferência Nacional de Comunicação e sua
importância para a organização e sistematização do debate e
pautas de reivindicação.
Organizado pelo Colegiado
de Comunicação Social Jornalismo em Multimeios, do Departamento de
Ciências Humanas (DCH III) da UNEB, em parceria com o Fórum de
Comunicação do Sertão do São Francisco, o evento contou com a
presença de estudantes e profissionais da área de Comunicação de
toda a Região, bem como representantes de organizações
independentes e movimentos sociais.
O
debate continua hoje (19), a partir das 14h, com a discussão do tema
“A comunicação no Sertão do São Francisco: O que temos e o que
queremos”, que terá a participação de profissionais de
comunicação da Região. Às 16h30, haverá uma homenagem a Dom José
Rodrigues, por suas contribuições à comunicação no sertão do
São Francisco.