Desde o ano de 2008, a
internet passou a ser vista em todo mundo como uma potencial
ferramenta de caráter político. A vitória de Barack Obama
tornou-se uma referência no assunto, visto que o candidato conseguiu
através das redes sociais quase metade do recurso utilizado na
campanha.
No Brasil, algumas
tentativas no mesmo sentido foram iniciadas nas eleições
presidenciais em 2010, quando todos os candidatos experimentaram
utilizar as redes para interagir com eleitor e saber de suas
perspectivas. Diferente do presidente americano, aqui, os efeitos não
foram tão perceptíveis e acredito que isso tenha ocorrido por conta
de dois fatores: a falta de legislação eleitoral que discorra sobre
a internet e a falta de acesso de toda população à rede.
Enquanto
85% dos americanos possuem internet em casa, apenas 33% dos
brasileiros contam com a ferramenta para escolher seu candidato.
Sendo assim, é compreensível que nos Estados Unidos o efeito da
participação dos políticos nas redes sociais impactem mais no
resultado da campanha e das eleições do que no Brasil. É a
contradição tecnológica entre a votação de representantes
políticos entre os dois países. Enquanto aqui sabemos o resultado
no mesmo dia em que votamos, os americanos esperam dias pelo anúncio
do vitorioso. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos estão mais próximos
da democratização política discutida por Pierre Levy. No Brasil,
sites como o Transparência
Brasil ainda dão os primeiros passos na participação política
popular, por enquanto, ela se restringe à comentários politicamente
correto nas redes sociais.
Outro aspecto que deve
ser analisado é a falta de legislação clara no que diz respeito às
regras da eleição na rede. Este fator inibe consideravelmente a
participação política dos candidatos na internet. Nas eleições
de 2012, o que pôde ser observado foi a grande discussão entre
cidadãos comuns em seus perfis. Mesmo estes quando ofendidos, não
sabiam a quem recorrer e a resposta vinha “na mesma moeda”.
Apenas quando um funcionário público ou candidato decidia expor
opinião política que opositores se preocupavam em conhecer, debater
e fazer valer as regras eleitorais ainda tão novas. O medo de errar
e ser incriminado neste caso, funcionou como agente inibidor da
descoberta política na internet.
Sendo assim, mesmo que o
Brasil cresça no número de pessoas com acesso à internet, ainda
explora muito pouco as potencialidades da ferramenta que pode
aproximar a política do cotidiano das pessoas. Além disso, as
tecnologias utilizadas para agilidade na apuração dos votos já se
consolidaram como modelo global, sendo assim, tecnologias para
segurança dos usuários da internet deveriam ser implementadas
inclusive nas redes sociais, para assegurar tranquilidade e eficácia
no seu uso, elementos imprescindíveis para o avanço da política na
rede. Além, é claro, de uma legislação clara no que diz respeito
ao uso da internet para campanhas políticas.
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