segunda-feira, 20 de setembro de 2010

9 coisas sobre mim

Na minha constante busca por blogs interessantes encontrei essa tendência de dizer algumas coisas sobre nossa história. Acabei plageando simultaneamente Illana e Meg, ambas estudantes de jornalismo, como eu. Achei oportuno, afinal ontem minha vida de blogueira fez 1 ano. Além disso esta é minha postagem número 100. Há muito o que se comemorar, principalmente minha persistência em manter vivo um espaço pessoal na corerria cotidiana. Espero que gostem!


1) Embora tenha nascido em uma região desfavorecida oceanicamente, conheci a praia ainda muito pequena. Para se ter uma idéia, ainda com 15 dias viajei pela primeira vez para Bahia, e em um desses deslocamentos para Juazeiro, acabei passando por Salvador, lugar onde tive meu primeiro contato com a praia, porque do mar eu tinha medo.



2)Logo aos 2 anos entrei para a escola, pois meus pais precisavam trabalhar o dia todo para garantir meus estudos e de minha irmã, que é 1 ano e nove meses mais velha que eu. Neste período eu era uma pessoa exemplar. Adorava estudar, era muito esperta e comportada, não tinha problemas de relacionamento porque não estabelecia muito contato com outras pessoas. Naquele momento eu era tão introspectiva que trocava tranquilamente a bagunça das crianças da rua por uma brincadeira de boneca sozinha. Tinha minha família e isso sempre pareceu mais do que mereço, e este pensamento perdura até os dias de hoje. Basta me conhecer para saber que tenho poucos amigos e sou seletiva em relação a eles.



3) Não me lembro qual foi o primeiro livro que li e nem com que idade isso aconteceu. Memória não é meu forte. Lembro porém que sempre gostei de ler, e às vezes me interessava mais pelos livros que eram passados para a série da minha irmã do que os que me orientavam na escola, pois achava muito previsíveis. Quando a professora de Filosofia pediu que a turma da minha irmã lesse O mundo de Sofia, não deu outra, como se também fosse daquela turma o li sem ter a obrigação e talvez por isso o interesse tenha sido gigantesco. Aquela leitura serviu como um divisor de águas em minha vida, pois abriu muitas perspectivas para as reflexões que tinha constantemente.


4) Nasci na cidade de Campo Grande no Mato Grosso do SUL (nada de Mato Grosso nem de Cuiabá), mas meus pais são baianos, aliás minha irmã também. Mesmo com toda essa influência sou sincera em dizer que lá é o meu lugar. A paz, o tereré, a cidade grande com jeitinho de interior, as inúmeras árvores, o céu, as amizades construídas na infância e adolescência, tudo faz mais sentido lá e me encanta de uma maneira indescritível, afinal trata-se de sentimento. Tive uma infância normal, para uma criança introspectiva, tímida e anti-social. Era antipática e odiava conversar. Gostava de isolamento e solidão e só aprontava quando recebia ordens da minha irmã para isso. Lembro de um episódio que ela disse pra eu derrubar uma tábua de passar na nossa babá, e eu muito obediente joguei nas costas da pobre moça. Depois disso ela pediu demissão como tantas outras vítimas das armações que nós construímos. Falando assim até parece que eu e minha irmã éramos grandes amigas, mas o fato é que eu era insuportável e queria atenção integral dos meus pais, então já deu para entender que não nos dávamos bem, tanto que cada uma estudava em um horário diferente para que só tivéssemos contato a noite. Além disso minha implicância com minha irmã se intensificava a cada final de ano letivo, pois como ela era bagunceira ficava de recuperação e atrasava nossa viagem de férias e eu, sempre gostei muito de viajar e aguardava o ano inteiro por esse momento. Felizmente nossa relação amadureceu junto com cada uma de nós e nos fez amigas, irmãs e confidentes.

5) Estudei em 4 escolas diferentes ao longo da minha vida, mas a primeira foi sem dúvidas a mais legal. Era no meu bairro e até hoje tenho um carinho imenso pelas professoras que pareciam mesmo nossas “tias” como chamávamos, tamanha era a intimidade que tínhamos. Nesse período experimentei as primeiras emoções como amor e ódio. Me apaixonei por um menino da escola, mas ele era apaixonado pela minha melhor amiga (quase o conflito central de uma novela mexicana), e desde aquela época eu era muito contida em relação a exposição da minha vida, acho que ninguém sabia, a não ser minha mãe que além de ser adulta e ter um nível de compreensão maior me conhece como ninguém. Bom, o ódio veio de um menino com o qual eu tive que dançar quadrilha. Fiquei chocada quando ele limpou o nariz, coçou na minha frente as partes íntimas e depois me deu a mão para fazer a coreografia. Acho graça hoje, mas no dia contei pra minha mãe e pedi pra não dançar quadrilha, mas acabei dançando. No dia da apresentação, fui atacada pela primeira vez por um cachorro e estava com o braço ferido e o menino que parecia um ogro foi todo fofinho comigo. A partir daí tive mais consideração por ele e aprendi que as atitudes boas tendem a nos fazer diminuir e esquecer as ruins.

6)Tenho orgulho de lembrar que nunca gostei da Xuxa ou de Sandy e Júnior e que meu disco favorito era do Carrossel, sim, aquela novela fofinha que passava no SBT. Adorava a professora Helena e achava que todas as minhas educadoras eram tão boazinhas quanto ela.

7)Nunca tive talento algum, não que eu tenha descoberto. Fui o centro das atenções na formatura do pré, onde apresentei uma peça em que eu era a princesa protagonista. Embora o príncipe estivesse no hall dos meninos mais chatos da sala, me diverti e não fiquei nervosa. Aliás, eu nunca ficava nervosa para apresentar trabalhos, como gostava de estudar geralmente explicava bem. E como nós sabemos, as coisas mudam no decorrer da vida.


8) Já na última escola que estudei, comecei a ser mais sociável, fiz grandes amigos que admiro até hoje. Descobri que todas as pessoas são belas (é, eu acredito nisso até hoje e meus amigos me recriminam e chamam de inocente ou boba) e me interessei por descobrir e conviver com essa diversidade de belezas. Alcancei um estágio muito avançado de simpatia e cheguei a fazer grandes amigos no ônibus. No terceiro ano fui eleita para ser a oradora da formatura, mas acabei não participando porque viajei no mesmo período. Construí um grupo de discussão política e tentei fundar o grêmio da escola, acho que foi aí que iniciei meu interesse pela política. Quando terminei o ensino médio me mudei para Juazeiro – BA e pude consolidar a militância que iniciei timidamente em Campo Grande. Quis trabalhar pela primeira vez no terceiro ano com um amigo meu numa loja de motos, a paixão dele, mas minha mãe não deixou porque disse que eu precisava priorizar os estudos. Sempre tive vontade de fazer parte da População Economicamente Ativa – PEA (minha memória ainda serve para lembrar das aulas de geografia dos tempos da escola), mas isso só foi possível já na faculdade, quando comecei trabalhar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, já em Juazeiro. Depois disso já dei aulas através de um projeto de extensão da Universidade na Zona Rural.

9) Quando entrei na faculdade de Engenharia Elétrica participei de uma festa de recepção, muito melhor que os trotes tradicionais em que as pessoas saem sujas e com raiva dos veteranos. Foi meu primeiro porre na universidade. E minha conduta de menina exemplar já não existia. Entretanto conseguimos alcançar o objetivo do trote, a integração. Ali já gostei dos veteranos e colegas de sala, pois dividimos momentos de pura alegria, brincadeira e diversão. E para minha felicidade as coisas mudaram pouco. Infelizmente, 2 anos após meu ingresso na Engenharia me desiludi com o curso e aí entrei em Comunicação Social – Jornalismo em Multimeios, para tentar resgatar uma paixão antiga: a escrita. E por falar em paixão tive algumas, a mesma quantidade de amores, mas confesso que tenho mais fama que vivência amorosa. Me chamam de Dona Flor, dizem que possuo um amor em cada porto, mas para falar a verdade isso é apenas fruto das aparências, pois evolui bastante nas relações pessoais que simplesmente passaram a existir na minha vida. É natural que isso gere desconforto em algumas pessoas que acabam compreendendo de maneira errada a forma que trato quem eu quero bem.Existe muito mais para ser dito, entre episódios, histórias e curiosidades, mas acho que já fui prolixa o bastante. E, além disso, continuo receosa quanto a minha exposição. Aprendam a ler as entrelinhas, certo? Este é o dever de casa.

2 comentários:

  1. Amanda, muito interessante.

    Todos esses episódios, cada fase da sua vida transformaram você nessa pessoa linda que você é. Afinal, o passado está muito presente no presente. E, talvez, se você não tivesse machucado a coitada da babá, fazendo-a sofrer, você não seria o que é hoje. hehe

    O que achei importante, também, foi o episódio da quadrilha. Um aprendizado, não? hehe Hilário, na verdade.

    Junte todos esses momentos. Você é o que é por causa deles. E adoro assim. rs

    Parabéns pelo blog. Parabéns por ser quem é.

    Beijos.

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  2. Mari: SUA LINDA! te admiro desde o dia que te vi aqui, e não sei porque mais tenho uma certezinha que vamos dar certo! parabéns por exatamente tudo, e continue desse jeito!

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Vai passar a vez? Essa é a sua jogada.