quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Metade Bahia, metade Mato Grosso do Sul...







Certo dia, fui questionada sobre o amor que sentia pela Bahia e pelo Mato Grosso do Sul, em um sentido comparativo. Como dificilmente acontece, me vi sem resposta para uma pergunta simples.
Nunca gostei de comparar sentimentos, sou da opinião de que sentimento simplesmente se sente, e pronto! E mesmo que isso pareça redundante e imaturo, é o que ainda acho.
Resolvi, responder o que meu coração informava naquele momento, e rapidamente disse que amava os dois lugares, com a mesma intensidade, porém de forma diferente.

Um lugar traz minha história, minha verdadeira raiz.
O outro, traz minha formação, meu crescimento...


A Bahia, é a terra mais acolhedora que já conheci.
É dona de um calor incomparável, e não me refiro só ao calor climático, mas principalmente ao calor humano, que aqui é encantador.
Onde construí amigos verdadeiros e eternos com uma rapidez incrível.
Onde posso sair e de perto ver o Velho Chico, lindo, com o Nego d’Água protegendo a correnteza e concretizando as lendas .
Lugar que é considerado a “metáfora do Brasil”, pelos contrastes sociais, mais evidentes. E que em contrapartida tem uma cultura maravilhosa...
Do acarajé ao forró,
Da capoeira ao carnaval,
Terra em que o sol é mais vibrante..
E que consegue aquecer muito mais que a pele, mas o coração dos que aqui chegam.

O Mato Grosso do Sul, é a minha terra, o lugar onde nasci e que agora descobri amar incondicionalmente.
Onde tenho liberdade de andar pelas ruas sem medo de me perder.
Lugar de uma cultura, também muito rica e que não deixa a desejar...
Do índio ao pantaneiro,
Do churrasco ao tereré,
Lugar onde me sinto em paz espiritual, protegida por meus amigos(superprotetores diga-se de passagem)...
E por falar em amigos, eles são poucos, mas extremamente relevantes em minha vida, e mesmo distantes me dão suporte, quando o chão me falta.
Sinto saudade do tereré de sábado à tarde...
Das risadas bobas ao telefone pela madrugada...
Das visitas inusitadas,
Dos programas não-programados de fim de semana,
Do ar tranqüilo do Parque das Nações Indígenas que nos leva a inspirar paz e expirar a tristeza,
Do astral calmo de Campo Grande, com jeitinho de interior,
Do cheiro da chuva, que termina em tempestade...

...Agora distante, percebo o quanto amo este lugar, que eu criticava muitas vezes, mas que hoje me arranca várias lágrimas de saudade...

Por tudo isto, é injusto da minha parte comparar lugares e sentimentos tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes...
Pensando sobre isto descobri que os dois lugares são fundamentais para mim e se completam...

Quando estou em Campo Grande, quero estar em Juazeiro,
Quando estou em Juazeiro, quero estar em Campo Grande,
E para resolver esta questão desenvolvi uma solução,
Enquanto uma está na mente a outra está no coração.


obs.1: Texto escrito no primeiro ano morando longe de Campo Grande. Mesmo assim consegue retratar bem a constante saudade da querida terrinha.

obs.2: Sofreu algumas adaptações pequenas para deixar mais evidente o contexto. Entretanto manteve o título original, mesmo eu considerando feio, pois não se trata de uma divisão sistemática, mas de sentimentos, sensações e emoções.

obs.3: É nostálgico, mas não tem relação direta com tristeza, só saudade, e isso faz muita diferença.

obs.4: Em tempo de férias e ociosidade, as lembranças ficam fortes.

2 comentários:

  1. Adorei amor, me emocionei :)))!
    Pelo visto está mistura fez de ti uma menina especial, com o calor baiano e a paz de espirito sul matogrossense. rsrsrs
    Delícia =x

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  2. Adorei esse texto desde a primeira vez que o li [acho que foi no perfil do orkut, mas não estou certo].


    >> Em tempo de férias e ociosidade, as lembranças ficam fortes. <<

    poxaaaaa!!!!

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Vai passar a vez? Essa é a sua jogada.